domingo, 20 de janeiro de 2013

Luz


Sem forma
A onda se transforma
Com a espuma que espalha
Com o vento que transborda

E o barco não afunda
Na água tão profunda
E o mar a tudo assola
E o céu a tudo assiste

Quieto, em silêncio
Imerso em pensamento
Na volta, pirueta
No momento em que existe

E insiste
E assiste
E existe
E existe?

Consola
Pra algo então serve
Servil, serviu
Ao teu e ao seu propósito

De marear, de marejar
De cair no ar
Levar o mar a navegar
De ver o céu então chorar

Pois que chore
Que implore
E que ninguém socorra
E que sozinho o céu morra

De morte doída
De morte sofrida
De morte morrida
Ou só de morte

De falta de sorte
Amor como norte
Fraqueza do forte
Final do farol

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Antiga de roda


Escrevi
Um poema pensando em você
Um poema para te envolver
Que falasse sobre o que em você eu vi

Versei
Em versos todo o seu esplendor
Palavras com todo o meu amor
O meu amor que lhe dediquei

E dedico
Em toda manhã em que lhe beijo
Em todo momento em que lhe vejo
E até mesmo quando não está aqui

Pois é amor
O que é o amor?
Se é amor
O que é o amor?

Perdi
A noção do tempo-espaço assim
A idéia do que eu faço, sim
E esqueci tudo o que já sofri

Troquei
A mágoa pela felicidade
O medo pela felicidade
E com você dividi tudo o que conquistei

E vivo
A cantar toda essa maravilha
O presente de te ter em minha vida
E o futuro que há de ser feliz

Pois é amor
O que é o amor?
Se é amor
O que é o amor?

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

O poema que não sai



Martelo em minha cabeça
Tentando encontrar uma rima
Mas não surge qualquer coisa que seja
Que pareça com a palavra de cima

E as ideias surgem desconexas
E tudo junto faz sentido algum
Talvez eu escreva aquelas coisas complexas
Que no fundo caminham até lugar nenhum

Minha caneta também já não escreve
E o papel está quase acabando
Quem sabe cortando minha pele
Algum sangue acabe pingando

E sirva pra mim como tinta
O próprio corpo compondo pro autor
Que não sabe que mundo ele pinta
Nem consegue escrever sobre o amor